25 julho 2009

Apostila de Modelagem e Simulação de Sistemas

,
A Simulação de Sistemas
 
 
 
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A simulação pode ser vista como o estudo do comportamento de sistemas reais através

do exercício de modelos. Um modelo incorpora características que permitem representar o

comportamento do sistema real [LAW1982]. Sistema pode ser interpretado como uma coleção de

itens entre os quais se possa encontrar ou definir alguma relação de funcionalidade.

O termo simulação é bastante genérico, visto que são variadas as formas e mecanismos

utilizados para a representação do comportamento de sistemas. O termo simulação também

possui grande abrangência em relação ao seu campo de aplicação. Por exemplo, a simulação pode

ser aplicada na industria, organizações públicas, na representação de software/hardware, entre

outros.

Os benefícios da simulação de sistemas, aliados à agilidade oferecida pelos meios

computacionais, têm sido largamente utilizados como ferramenta auxiliar na solução de

problemas diversos. Justifica-se tal afirmação considerando que, com o uso de um computador,

uma grande quantidade de eventos pode ser executada em curto espaço de tempo.

De modo geral, o uso da simulação é recomendado principalmente em dois casos.

Primeiro, quando a solução de problemas é muito cara ou mesmo impossível através de

experimentos. E em segundo, quando os problemas são muito complexos para tratamento

analítico. Com o uso da simulação, principalmente quando se observam características

estocásticas, sistemas podem ter seu comportamento representado com maior fidelidade e

realismo.

São fatores que tornam desejável o uso de técnicas de simulação [FIL95] aliadas aos

benefícios computacionais:

Tempo: em computador é possível realizar experimentos que, se executados

sobre o sistema real, poderiam consumir anos;

Custo: embora a simulação em computador exija recursos humanos e alguns

equipamentos, geralmente o custo se mantém muito abaixo se comparado à

execução de experimentos sobre o sistema real;

Impossibilidade de experimentação direta: há situações em que experimentações

diretas no sistema real não podem ser realizadas por questões de segurança, de

tempo, de acesso, ou ainda de inexistência (sistema em construção);

Visualização: os computadores oferecem recursos que facilitam a visualização dos

resultados de uma simulação (gráficos, tabelas, entre outros), bem como do

estado do sistema durante o exercício de um modelo;

Repetição: depois de construído, um modelo de representação pode ser

executado n vezes a um custo muito baixo;

Interferência: um modelo é extremamente mais flexível para a realização de

mudanças se comparado a um sistema real. Esta é uma característica bastante

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desejável no estudo de sistemas com objetivos de geração de informações de

apoio a tomada de decisões.

Modelos de simulação podem ser considerados como uma descrição do sistema real. O

exercício (execução) de modelos de simulação em computador tem potencial para fornecer

resultados mais precisos sem que seja preciso interferir no sistema real. Tais resultados, quando

analisados estatisticamente, produzem informações que podem contribuir grandemente na

tomada de decisões que visam a solução de problemas.

Um outro ponto relevante a considerar em simulação é a ordem de ocorrência dos

eventos. Considera-se como evento (mudança de estado) qualquer acontecimento que interfere

no sistema. Como a simulação trata do comportamento de sistemas, ou seja, ordem em que os

eventos acontecem, é essencial que uma variável de tempo seja contabilizada. O tempo em que

cada evento ocorre é estudado para avaliar se este evento deveria ocorrer naquele instante, antes

ou depois.

Restringindo um pouco mais a simulação de sistemas para os meios computacionais, e

considerando os modelos como um dos métodos de representação de sistemas, o seguinte

conceito pode ser adotado:

"Simulação é uma técnica numérica para realizar experiências em um

computador digital, a qual envolve certos tipos de modelos lógicos que descrevem o

comportamento de um sistema sobre extensos intervalos de tempo."[xxx]

Basicamente, o uso da simulação pode oferecer vantagens quando necessário [FIL95]:

Estimar distribuição de variáveis aleatórias;

Testar hipóteses estatísticas;

Comparar cenários representando diferentes soluções para um problema em

estudo;

Avaliar o comportamento de uma solução analítica;

Avaliar um processo de tomadas de decisão em tempo real.

1.1 Um pequeno histórico

Nas décadas de 60 e 70 a simulação era excessivamente cara e utilizava ferramentas que

geralmente só eram disponíveis em grandes corporações. A mão de obra precisava ser

especializada, pois a construção e execução de modelos dependia de conhecimentos muito acima

da média observada em usuários comuns. O grupo que trabalhava em simulação geralmente era

composto por doutores que desenvolviam sistemas grandes e complexos utilizando as linguagens

disponíveis na época, tais como o Fortran.

No final da década de 70 e na década de 80, os computadores foram se tornando mais

rápidos e mais baratos. Nesta época, por exemplo, as linhas de montagens de carros passaram a

utilizar a simulação para resolver problemas tais como de segurança e otimização da linha. Nesta

mesma época, a simulação começou a ser utilizada em negócios e por estudantes e pesquisadores

que descobriram seu potencial.

No final da década de 80 o valor da simulação foi reconhecido por muitas organizações.

Tanto, que várias delas fizeram da simulação um requisito para que investimentos grandes

pudessem ser aprovados. No entanto, organizações pequenas raramente utilizavam essa técnica.

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Nos anos 90 a simulação atingiu um grau de maturidade suficiente para que seja adotada

por organizações de variadas áreas e diferentes portes. É utilizada em estágios iniciais de projetos,

em animações, pesquisa, entre outros. Este avanço foi principalmente possível pelo surgimento

de ferramentas voltadas para a simulação e fáceis de usar, e pela disponibilidade de computadores

mais rápidos e baratos.

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