10 agosto 2009

Apostila de calorimetria

,

CALORIMETRIA

 

Coloca-se em contacto diferentes quantidades de água quente e fria num recipiente

termicamente isolado, verificando-se a conservação da energia térmica. Com base nessa

conservação, determina-se o calor específico de diversos corpos.

2. Tópicos teóricos

2.1 Conservação de energia

Sempre que dois sistemas, a diferentes temperaturas, são colocados dentro de um

recipiente termicamente isolado (o calorímetro), ocorre transferência de energia, na forma de

calor, do sistema a temperatura mais elevada para o sistema a temperatura mais baixa, até se

atingir o equilíbrio térmico, i.e., até os sistemas atingirem a mesma temperatura (temperatura

de equilíbrio, TEq).

A unidade vulgarmente usada em termodinâmica para medir a transferência de energia

térmica é a caloria (cal), que corresponde à quantidade de energia necessária para aumentar a

temperatura de um grama de água de 14,5 ºC para 15,5 ºC. No entanto, e para este trabalho,

esta definição pode ser generalizada dizendo simplesmente que a caloria é a quantidade de

energia necessária para elevar em 1 celsius a temperatura de um grama de água (a variação

com a temperatura é pequena). (1 cal = 4.186 J; ter em atenção que a unidade SI de energia é

o joule: 1 J = 1 Nm =1 kg m2 s-2.)

O calor específico de uma substância, c, é a quantidade de energia necessária para

aumentar a temperatura de um grama da substância em 1 celsius. Assim, pela definição de

caloria, o calor específico da água é 1 cal/(g ºC).

Considerando uma substância de massa m e de calor específico c, o calor, DH,

necessário para variar a temperatura dessa substância de DT, será dado por:

DHDT = c m DT.

2.2 Determinação dos calores específicos

A condição de equilíbrio térmico entre dois corpos, A e B, com temperaturas iniciais

TA e TB, respectivamente, e a conservação de energia, exigem

cAmA|DTA| = cBmB|DTB|,

sendo mA e mB as massas dos dois corpos, cA e cB os seus calores específicos e DTA =TEq-TA e D

TB =TEq-TB as variações de temperatura dos corpos A e B, respectivamente.

 

 

Apostila de termologia

,

TERMOLOGIA

 

A Termologia é uma parte da Física que se dedica a analisar os fenômenos que

dizem respeito ao calor. Divide-se a mesma em Termometria, Dilatação Térmica,

Calorimetria e Termodinâmica.

1.TERMOMETRIA

Como o nome diz, refere-se ao estudo da medida da temperatura (metria=medir,

termo=temperatura)

1.1.CALOR

Fisicamente, denomina-se calor ao trânsito da energia térmica de um corpo de

temperatura maior para outro de temperatura menor.

1.2.TEMPERATURA

Segundo a definição acima, quanto maior é a agitação das partículas de um corpo,

mais alta será sua temperatura. Podemos notar este fato observando a água

quando começa a ferver. Vemos que o nível de agitação das partículas é tão

grande que as mesmas começam a “pular” e até a sair do vasilhame, vindo a

caracterizar a evaporação.

1.3.EQUILÍBRIO TÉRMICO

Imagine dois corpos. Um com temperatura bastante elevada e outro com a

temperatura bem baixa. Vamos colocar os dois corpos em contato e livres de

interferências de temperaturas externas. Veremos que após um tempo o corpo

mais frio terá ficado menos frio e o mais quente terá ficado menos quente. Ao final,

teremos os dois corpos na mesma temperatura, que chamamos de Equilíbrio

Térmico.

1.4.TERMÔMETRO

É um instrumento destinado a medir a temperatura.Seu funcionamento baseia-se

na variação de comprimento de uma haste metálica, ou na variação do volume de

um gás, na cor de um sólido , ou até mesmo na resistência elétrica de um

material, tudo em função da temperatura.

1.5.ESCALA TERMOMÉTRICA

Num termômetro, chama-se escala termométrica as divisões que o mesmo

possui, relacionadas com números.

1.6.ESCALA CELSIUS

Temperatura de um corpo é a medida do nível de

agitação das partículas desse corpo.

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Apesar de existirem várias escalas termométricas, foi adotada como internacional

pelos cientistas a escala Celsius, a qual anteriormente era denominada

centigrada, pois sua divisão é de 100 partes desde zero grau até 100 graus. Sua

denominação é feita com o número seguido do ordinal e da letra C, por exemplo

0ºC, 15ºC, e lê-se zero grau Celsius, 15 graus Celsius, etc.

1.7.ESCALA KELVIN

Nesta escala foi considerada a menor temperatura que poderia ter um corpo. Essa

temperatura chama-se de zero absoluto, não sendo possível chegar-se a ela na

prática, apenas muito próximo.

Na escala Kelvin os valores são grafados apenas com o número e a letra K, por

exemplo: 23K. O zero dessa escala corresponde a -273ºC.

1.8.CONVERSÃO CELSIUS/KELVIN

Para traduzir uma temperatura de Celsius em Kelvin basta acrescentar 273 a

mesma, e, no caso contrário, para converter-se para Celsius uma temperatura

expressa em Kelvin, basta subtrair 273. Podemos traduzir isso pela fórmula

abaixo:

TK = TC+273

Onde TK = temperatura em Kelvin e TC = temperatura em Celsius.

1.9.CONVERSÃO ENTRE AS TRÊS ESCALAS

Pode ser obtida através da utilização de dois ou mais membros da seguinte

fórmula:

1.10.ESCALA QUALQUER

Podemos estabelecer relações entre uma escala

qualquer e qualquer outra escala conhecida, apenas

sendo necessárias algumas relações matemáticas, conforme abaixo:

2_ PONTO

1_ PONTO

ESCALA X ESCALA Y

X Y

X1 Y1

X2 Y2

C F K

5

32

9

273

5

=

=

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2.DILATAÇÃO TÉRMICA

As propriedades físicas de um corpo, tais como comprimento, dureza,

condutividade elétrica, todas podem ser alteradas em função da alteração na

temperatura desse corpo.

Alguns exemplos:

-os sistemas antigos de trilhos de trens mantém entre cada lance um pequeno

espaço vazio. Isso se deve ao conhecimento que temos de que, quando aquecido,

o ferro irá aumentar seu comprimento e, não havendo para onde se expandir,

poderá causar danos à via férrea. (modernamente utilizam-se as curvas para dar

vazão ao aumento no comprimento dos trilhos quando da dilatação).

-As calçadas de cimento possuem, de longe em longe, pequenas canaletas, de

cerca de 1cm. Isto evita que no verão, submetidas às altas temperaturas, as

mesmas dilatem e se quebrem, sem ter para onde expandir.

-Todos lembramos de uma experiência que fazíamos no primeiro grau, na qual

havia uma esfera de metal presa a uma haste . Esta esfera, à temperatura

ambiente, passava perfeitamente por dentro de uma argola. Após aquecida

notávamos que já não era possivel a mesma passar. Concluíamos que isso se

devia à dilatação sofrida pela esfera, o que se dava nas tres direções, ou seja,

uma dilatação volumétrica.

Em todos os casos exemplificados acima estamos verificando uma variação nas

dimensões dos sólidos estudados. No primeiro houve, principalmente, uma

dilatação linear, no segundo, superficial e no terceiro volumétrica.

Destacamos que essa dilatação é notadamente numa direção, pois, na realidade,

a mesma se dá em todos os sentidos em qualquer um dos três casos. Para efeitos

didáticos costuma-se estudar apenas aquela direção na qual a dilatação (ou

contração) se dá em maior proporção.

2.1.DILATAÇÃO LINEAR

Ao elevarmos em 10ºC a temperatura de uma barra de ferro de 1m iremos

verificar que seu comprimento aumenta em 0,012cm.

Quando fizemos a mesma experiência com uma barra de ferro com o dobro do

comprimento da primeira, notamos que o aumento do comprimento também foi o

dobro do verificado na primeira barra. Isso nos leva a uma conclusão importante:

A variação de comprimento de uma barra ao ser aquecida é diretamente

proporcional ao seu comprimento inicial.

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Utilizando a mesma barra de 100cm mas agora dobrando a temperatura em 20ºC,

vemos que também a variação de comprimento dobrou. Nossa conclusão é que:

A variação de comprimento de uma barra é diretamente proporcional à

variação de temperatura.

Se fizermos a mesma experiência, agora não com uma barra de ferro e sim com

uma barra de chumbo, mantendo o mesmo comprimento de 100cm e o mesmo

aumento de temperatura de 10ºC, veremos que a mesma irá também aumentar

de comprimento mas agora será de 0,027cm. Com isso concluímos que:

A variação de comprimento de uma barra ao ser aquecida depende do

material que a constitui.

Essas proporcionalidades acima podem ser descritas em termos de uma única

expressão:

DL=a.L0.Dq

onde:

DL : variação do comprimento

L0 : comprimento inicial

Dq : variação da temperatura

a : coeficiente de dilatação linear

UNIDADE DO COEFICIENTE DE DILATAÇÃO LINEAR

Do exemplo com a barra de ferro podemos tirar:

a=DL/(L0.Dq)

a=0,012cm/(100cm . 10ºC)

a=0,000012 cm/(cm . ºC )

a=0,000012 ºC-1

Ou seja, a unidade para o coeficiente de dilatação linear é ºC-1, também chamada

de grau Celsius recíproco.

2.2.DILATAÇÃO SUPERFICIAL

Da mesma maneira como vimos para a dilatação de uma barra, podemos concluir

que a dilatação para uma chapa, uma placa, ou qualquer outro objeto que tenha

duas medidas preponderantes (comprimento e largura) a dilatação de sua

superfície será dada pela fórmula:

DA=b.Ao.Dq

onde:

DA e Ao referem-se à variação da área e área inicial

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Dq: variação da temperatura

b: coeficiente de dilatação superficial

2.3.DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA

DV=g.Vo.Dq

onde:

DV e Vo referem-se à variação do volume e vol. inicial

Dq: variação da temperatura

g: coeficiente de dilatação volumétrica

2.4.DILATAÇÃO (FÓRMULA GENÉRICA)

Podemos utilizar a fórmula abaixo, que substitui as três anteriores, desde que para

isso utilizemos os valores apropriados.

DX= x.Xo. DT

onde:

DX: dilatação, a qual poderá ser linear, superficial ou volumétrica.

Xo: medida inicial, a qual poderá ser o comprimento inicial, a área inicial e o

volume inicial.

x: coeficiente de dilatação, o qual poderá ser a, b ou g.

DT: variação de temperatura.

2.5.RELAÇÃO ENTRE OS COEFICIENTES DE DILATAÇÃO

a b g

1 2 3

= =

2.6.DILATAÇÃO IRREGULAR DA ÁGUA

A água possui um comportamento diferente na sua dilatação. Quando a

temperatura da água é aumentada de 0ºC a 4ºC o seu volume diminui. Acima de

4ºC o volume aumenta, como as demais corpos. É por isso que por exemplo:

a)Há um aumento na densidade, pois o volume diminui;

b)Os lagos se congelam apenas na superfície, mantendo a parte de baixo líquida,

o que possibilita a continuação da vida abaixo, tais como algas, peixes, etc.

2.7.DILATAÇÃO NOS LÍQUIDOS

Utiliza-se a mesma fórmula para dilatação volumétrica. O cuidado aqui é em

saber-se também a dilatação do recipiente onde o líquido se encontra. Apenas

medindo-se a dilatação do líquido teremos Dilatação Aparente. A dilatação real é

a aparente mais a dilatação do próprio recipiente.

OBSERVAÇÃO:

-Como a dilatação resulta em modificação do volume, podemos concluir que a

mesma influi também na densidade das substâncias/ (d=m/V). Um desses

resultados observa-se na formação dos ventos. O ar, quando aquecido, dilata-se

e, por ter então menor densidade, sobe. Quando esfriar irá descer. Isto causa as

correntes de ar por rarefação.

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SÓLIDO LÍQUID

O

VAPOR

FUSÃO

SOLIDIFICAÇÃ CONDENSAÇÃO

VAPORIZAÇÃO

-Veja que também na geladeira doméstica, quando abrimos a porta, sempre

sentimos o ar frio nos pés. Isto mostra que, quando frio, o ar se contrai, ocupa

menor volume, portanto mais denso, portanto mais pesado por unidade de

volume, fazendo que o mesmo desça.

3.MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO DA MATÉRIA

Para efeitos de nosso estudo os estados físicos da matéria são três: sólido, líquido

e gasoso. Mudando-se a temperatura e/ou pressão podemos fazer com que os

corpos passem de um estado para outro. Em nosso estudo, no momento,

estudaremos apenas as passagens que se dão sem se modificar a pressão, ou

seja, estudaremos as mudanças de estado ocasionadas pelas mudanças na

temperatura.

SUBLIMAÇÃO

CRISTALIZAÇÃO

FUSÃO: é a passagem do

estado sólido para o estado

líquido. Isto se verifica quando o

corpo sólido recebe calor, o que

provoca uma elevação na sua

temperatura até o ponto em que a agitação das átomos passa a ser tanta que a

estrutura deixa de ser cristalina e passam a ter uma movimentação maior,

caracterizando o líquido.

Durante a fusão a temperatura permanece constante, conforme podemos

constatar ao retirarmos um bloco de gelo do congelador e colocar em um prato.

Supondo que o gelo esteja à –8oC, ele irá receber calor do ambiente até chegar à

temperatura de 0oC, nesse ponto irá começar a passar do estado sólido para o

líquido. Enquanto esse processo estiver se desenvolvendo a temperatura tanto do

bloco de gelo restante quanto da água que foi aparecendo, estará em 0oC.

Quando todo o gelo estiver derretido novamente a temperatura da água começará

a subir, até atingir o equilíbrio térmico com o meio ambiente.

TEMPERATURA DE FUSÃO: É a temperatura na qual ocorre a passagem do

estado sólido para o líquido.

SOLIDIFICAÇÃO: É a passagem do estado líquido para o sólido. Isto se verifica

quando se retira calor do corpo líquido, o que provoca uma diminuição na sua

temperatura até o ponto em que a agitação dos átomos diminui tanto que passam

a vibrar segundo uma estrutura cristalina.

TEMPERATURA DE SOLIDIFICAÇÃO: É a temperatura na qual ocorre a

passagem do estado líquido para o sólido.

Durante a solidificação a temperatura permanece constante.

VAPORIZAÇÃO: É a passagem do estado líquido para o gasoso e pode ocorrer

de duas maneiras: EVAPORAÇÃO E EBULIÇÃO.

 

 

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