15 abril 2011

Apostila de alvenaria

,

ALVENARIA

 

APÓS ESTUDAR ESTE CAPÍTULO; VOCÊ DEVERÁ SER CAPAZ DE:

·         Escolher a alvenaria adequada;

·         Orientar a elevação das paredes (primeira fiada, cantos, prumo, nível);

·         Especificar o tipo de argamassa de assentamento;

·         Especificar e conhecer o tipo de amarração;

·         Especificar os tipos de reforços nos vãos das alvenarias.

·         Executar corretamente os muros de fechamento de divisas.

 

 

            Alvenaria, pelo dicionário da língua portuguesa, é a arte ou ofício de pedreiro ou alvanel, ou ainda, obra composta de pedras naturais ou artificiais, ligadas ou não por argamassa.

            Modernamente se entende por alvenaria, um conjunto coeso e rígido, de tijolos ou blocos (elementos de alvenaria) unidos entre si por argamassa.

            A alvenaria pode ser empregada na confecção de diversos elementos construtivos (paredes, abóbadas, sapatas, etc...) e pode ter função estrutural, de vedação etc...Quando a alvenaria é empregada na construção para resistir cargas, ela é chamada Alvenaria resistente, pois além do seu peso próprio, ela suporta cargas (peso das lajes, telhados, pavim. superior, etc...)

            Quando a alvenaria não é dimensionada para resistir cargas verticais além de seu peso próprio é denominada Alvenaria de vedação. As paredes utilizadas como elemento de vedação devem possuir características técnicas que são:

 

·        Resistência mecânica

·        Isolamento térmico e acústico

·        Resistência ao fogo

·        Estanqueidade

·        Durabilidade

 

As alvenarias de tijolos e blocos cerâmicos ou de concreto, são as mais utilizadas, mas existe investimentos crescentes no desenvolvimento de tecnologias para industrialização de sistemas construtivos aplicando materiais diversos. No entanto neste capítulo iremos abordar os elementos de alvenaria tradicionais.

 

 

4.1 - ELEMENTO DE ALVENARIA

 

       Produto industrializado, de formato paralelepipedal, para compor uma alvenaria, podendo ser:

 

 

4.1.1 - Tijolos de barro cozido

 

a - Tijolo comum (maciço, caipira)

 

São blocos de barro comum, moldados com arestas vivas e retilíneas (Figura 4.1), obtidos após a queima das peças em fornos contínuos ou periódicos com temperaturas das ordem de 900 a 1000°C.

* dimensões mais comuns: 21x10x5

* peso: 2,50kg

* resistência do tijolo: 20kgf/cm²

* quantidades por m²:

    parede de 1/2 tijolo: 77un

    parede de 1 tijolo: 148un

 

 

 

 

Figura 4.1 - Tijolo comum

 

 

b - Tijolo furado (baiano)

 

Tijolo cerâmico vazado, moldados com arestas vivas retilíneas. São produzidos a partir da cerâmica vermelha, tendo a sua conformação obtida através de extrusão.

 

* dimensões: 9x19x19cm

* quantidade por m²:

    parede de 1/2 tijolo: 22un

    parede de 1 tijolo: 42un

* peso 3,0kg

* resistência do tijolo espelho: 30kgf/cm²  e um tijolo: 10kgf/cm²

* resistência da parede 45kgf/cm²

 

            A seção transversal destes tijolos é variável, existindo tijolos com furos cilíndricos (Figura 4.2) e com furos prismáticos (Figura 4.3).

            No assentamento, em ambos os casos, os furos dos tijolos estão dispostos paralelamente à superfície de assentamento o que ocasiona uma diminuição da resistência dos painéis de alvenaria.

            As faces do tijolo sofrem um processo de vitrificação, que compromete a aderência com as argamassas de assentamento e revestimento, por este motivo são constituídas por ranhuras e saliências, que aumentam a aderência.

Figura 4.2 - Tijolo com furo cilíndrico

 

 

 

Figura 4.3 - Tijolo com furo prismático

 

 

c - Tijolo laminado  (21 furos)

 

Tijolo cerâmico utilizado para executar paredes de tijolos à vista (Figura 4.4). O processo de fabricação é semelhante ao do tijolo furado.

 

* dimensões: 23x11x5,5cm

* quantidade por m²:

    parede de 1/2 tijolo: 70un

    parede de 1 tijolo: 140un

* peso aproximado 2,70kg

* resistência do tijolo 35kgf/cm²

* resistência da parede: 200 a 260kgf/cm²

 

 

Figura 4.4 - Tijolo laminado

 

A tabela 4.1 determina as dimensões normalizadas para os elementos cerâmicos existentes comercialmente.

 

 

Tabela 4.1 - Dimensões normalizadas dos elementos cerâmicos

 

Tabela NBR - Dimensões nominais de blocos de vedação e estruturais, comuns e especiais

 

Tipo(A)

Dimensões nominais (mm)

 

         L  x  H  x  C  (cm)

Largura (L)

Altura(H)

Comprimento(C)

 

10 x 20 x 20

90

190

190

10 x 20 x 25

90

190

240

10 x 20 x 30

90

190

290

10 x 20 x 40

90

190

390

12,5 x 20 x 20

115

190

190

12,5 x 20 x 25

115

190

240

12,5 x 20 x 30

115

190

290

12,5 x 20 x 40

115

190

390

15 x 20 x 20

140

190

190

15 x 20 x 25

140

190

240

15 x 20 x 30

140

190

290

15 x 20 x 40

140

190

390

20 x 20 x 20

190

190

190

20 x 20 x 25

190

190

240

20 x 20 x 30

190

190

290

20 x 20 x 40

190

190

390

Medidas especiais

Dimensões nominais (mm)

L x H x C   (cm)

Largura (L)

Altura(H)

Comprimento(C)

10 x 10 x 20

90

90

190

10 x 15 x 20

90

140

190

10 x 15 x 25

90

140

240

12,5 x 15 x 25

115

140

240

 

 

 

 

4.1.2 - Tijolos de solo cimento

 

Material obtido pela mistura de solo arenoso - 50 a 80% do próprio terreno onde se processa a construção, cimento Portland de 4 a 10%, e água, prensados mecanicamente ou manualmente. São assentados por argamassa mista de cimento, cal e areia no traço 1:2:8 (Figura4.5) ou por meio de cola (Figura 4.6).

 

* dimensões: 20x10x4,5cm

* quantidade: a mesma do tijolo maciço de barro cozido

* resistência a compressão: 30kgf/cm²

 

 

 

Figura 4.5 - Tijolo de solo cimento comum

 

 

 

 

 

 

 

 

Figura 4.6 - Tijolo de solo cimento assentado com cola

 

 

4.1.3 - Blocos de concreto

 

Peças regulares e retangulares, fabricadas com cimento, areia, pedrisco, pó de pedra e água (Figura 4.7; 4.8). O equipamento para a execução dos blocos é a presa hidráulica. O bloco é obtido através da dosagem racional dos componentes, e dependendo do equipamento é possível obter peças de grande regularidade e com faces e arestas de bom acabamento. Em relação ao acabamento os blocas de concreto podem ser para revestimento (mais rústico) ou aparentes.

 

 

Figura 4.7 - Bloco de concreto

 

 

A Tabela 4.2 determina as dimensões nominais dos blocos de concreto mais utilizados.

 

 

Tabela 4.2 - Dimensões nominais dos blocos de concreto

 

dimensões

a

 

b

 

c

peso

 

a

 

b

 

c

peso

*:

09

x

19

x

39

10kg

 

09

x

19

x

19

4,8kg

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

11

x

19

x

39

10,7kg

1/2 tijolo

14

x

19

x

19

6,7kg

 

14

x

19

x

39

13,6kg

 

19

x

19

x

19

8,7kg

 

19

x

19

x

39

15,5kg

 

 

 

 

 

 

 

* quantidade de blocos por m² : 12,5un

* resistência do bloco: deve-se consultar o fabricante

 

 

Figura 4.8 - Bloco canaleta

 

Bloco Canaleta :          14 x 19 x 39 = 13,50 kg

                                   19 x 19 x 39 = 18,10 kg

 

 

 

 

 

4.2 – ELEVAÇÃO DA ALVENARIA:

 

 

4.2.1 - Paredes de tijolos maciços

 

Depois de, no mínimo, um dia da impermeabilização, serão erguidas as paredes conforme o projeto de arquitetura. O serviço é iniciado pêlos cantos (Figura 4.9) após o destacamento das paredes (assentamento da primeira fiada), obedecendo o prumo de pedreiro para o alinhamento vertical (Figura 4.10) e o escantilhão no sentido horizontal (Figura 4.9).

Os cantos são levantados primeiro porque, desta forma, o restante da parede será erguida sem preocupações de prumo e horizontalidade, pois estica-se uma linha entre os dois cantos já levantados, fiada por fiada.

A argamassa de assentamento utilizada é de cimento, cal e areia no traço 1:2:8.

 

 

 

Figura 4.9 - Detalhe do nivelamento da elevação da alvenaria

 

 

 

Figura 4.10 - Detalhe do prumo das alvenarias

 

 

Podemos ver nos desenhos (Figura 4.11; 4.12; 4.13) a maneira mais prática de executarmos a elevação da alvenaria, verificando o nível e o prumo.

 

 

1o – Colocada a linha, a argamassa e disposta sobre a fiada anterior, conforme a Figura 4.11.

 

 

Figura 4.11 - Colocação da argamassa de assentamento

 

 

 

 

2o - Sobre a  argamassa o tijolo e assentado com a face rente à linha, batendo e acertando com a colher conforme Figura 4.12.

 

 

 

 

 

Figura 4.12 - Assentamento do tijolo

 

 

3o - A sobra de argamassa é retirada com a colher, conforme Figura 4.13.

 

 

Figura 4.13 - Retirada do excesso de argamassa

 

 

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