30 julho 2009

Apostila, Marketing de relacionamento: uma estratégia para indúsrtia

,

MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA ESTRATÉGIA PARA INDÚSTRIA ...

Pós-doutorando em Administração na Faculdade de Economia, Administração e

Contabilidade da Universidade de São Paulo. Doutor em Administração pela FEA/USP.

Professor de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN.

Professor Conferencista do curso de Turismo da ECA/USP. Coordenador da Base de Estudos

e Pesquisas em Planejamento, Empreendimentos e Turismo do Programa de Pós-Graduação

em Administração – BEPPPET/PPGA/UFRN. Co-organizador dos livros Estratégia:

perspectivas e aplicações e Turismo Contemporâneo: desenvolvimento, estratégia e gestão.

Rua João de Canha, 160 – Alto da Mooca – São Paulo – SP. CEP 03178-160. E-mail:

benny@usp.br. Telefones: (11) 6606-6015 e 9158-5040.

Luciana Freire de Lima Marinho

Mestre em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Rua João de Canha, 160 – Alto da Mooca – São Paulo – SP. CEP 03178-160. E-mail:

l_freire@terra.com.br. Telefone: (11) 6606-6015.

Celio Mauro Placer de Almeida

Doutorando em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade

da Universidade de São Paulo - FEA/USP. Mestre em Administração pela FEA/USP.

Engenheiro Agrônomo. Professor da FAAP.

Rua Dr. Ferreira da Rosa, 59. São Paulo – SP - CEP 04016-050. E.mail: celiompa@usp.br

Resumo

Este artigo trata do marketing de relacionamento, como estratégia para indústria hoteleira na

captação e realização de eventos. A pesquisa foi realizada em Fortaleza e Natal, tendo por

objetivo identificar as práticas de gestão de marketing de relacionamento utilizadas pelos

hotéis na captação e realização de eventos. Configura-se como uma pesquisa exploratória

descritiva, sendo utilizado como instrumento de coleta de dados a entrevista estruturada. O

referencial de análise foi construído com base nas formulações teóricas de autores que

trabalham a questão da estratégia de marketing de relacionamento. A Análise dos dados

permitiu compreender o marketing de relacionamento como elemento fundamental na

obtenção de vantagem competitiva sustentável da empresa hoteleira na captação e realização

de eventos. Apesar de que, dois hotéis, apenas, vêm aplicando o modelo com fundamentação

teórica. Constatando-se, ainda, que os demais hotéis pesquisados apropriam-se de estratégias

e instrumentos de marketing de relacionamento gerando uma vantagem competitiva

momentânea.

Palavras-Chave: estratégia de relacionamento, marketing de relacionamento, turismo de

1

eventos.

Marketing de Relacionamento: Uma Estratégia para Indústria Hoteleira na Captação e

Realização de Eventos

1. Introdução

O advento da revolução industrial levou as empresas de turismo a implementar

estratégias de marketing tradicional, direcionadas para criar, desenvolver e expor ao mercado

consumidor, produtos turísticos, valorizando as amostragens de mercado de clientes

potenciais para determinar as necessidades do cliente-médio, deixando de trabalhar cada

cliente por vez. Vale salientar, que seu objetivo era aumentar a participação dos produtos ou

serviços de uma empresa no mercado-alvo, medido por categorias de produto, um de cada

vez. Os gerentes passaram a trabalhar administrando produtos e a ser remunerados em função

das vendas (PEPPERS&ROGERS, 2001).

No entanto, o fenômeno da globalização, surgido com o desenvolvimento da

tecnologia e da comunicação, tem provocado profundas modificações nas relações turistas

versus empresa de turismo. Os clientes, através da Internet, visitam as localidades turísticas,

escolhem o tipo de acomodação, conhecem a moeda local, os meios de transportes que podem

ser utilizados, as atividades de entretenimento e lazer, os hábitos alimentares da localidade,

bem como, as empresas de turismo que eles irão comprar os serviços. O trabalho feito por um

pequeno número de agências de turismo está sendo substituído aos poucos pelo consumidor

final que, diante da grande concorrência, reconhece seu poder de barganha e negocia suas

necessidades e seus desejos diretamente com empresa desejada, sem entreposto.

Essa nova forma de distribuição dos serviços e produtos modifica as relações entre

consumidores e empresas. Peppers e Rogers (2001:8) afirmam ser possível que as empresas

saiam da “armadilha da comoditização” e ressuscitar as bem-sucedidas estratégias utilizadas

por seus predecessores. A tecnologia permite personalizar em massa, ou seja, a empresa passa

a configurar suas ofertas digitalmente, produzindo inúmeras variações do mesmo produto,

satisfazendo aos consumidores que procuram produtos e serviços que atendam as suas

necessidades e desejos individuais, desprezando os produtos e serviços “commoditizados”.

Desta forma, o turista pode fazer seu próprio roteiro, não tendo mais que se submeter sem a

devida opção aos programas preestabelecidos pelas operadoras de turismo.

O futuro está sendo moldado pelas estratégias de produção do passado (produção em

massa) e de estratégias de relacionamento em longo prazo com fornecedores, consumidores

finais e funcionários, ou seja, a indústria continua a produzir em massa, no entanto, procura

agregar valor ao produto (variações no produto e serviços) de acordo com as necessidades e

desejos de seus clientes, buscando, desta forma, uma maior satisfação de seus consumidores, e

assim criar vínculos emocionais mais fortes com os mesmos, e, conseqüentemente, torná-los

fiel.

Os estudos indicam que a indústria do turismo pode continuar a implementar

estratégias de produção em massa, procurando, também, estratégias de individualização dos

serviços na perspectiva de criar vantagens competitivas para a localidade, estabelecendo

novas categorias de turismo (lazer, entretenimento, eventos, ecoturismo, religioso, cultural,

rural, de aventura, da melhor idade, outros) ou remodelando os meios de hospedagem e

transportes para que as demais atividades econômicas da cidade sede possam desenvolver-se

conjuntamente com o turismo.

Apesar da crise, as empresas de transportes aéreas estão procurando suas vantagens

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competitivas no mercado de concorrência acirrada, investindo no cliente, num processo

contínuo de identificação das suas necessidades e dos seus desejos individuais, adaptados aos

avanços da tecnologia, através dos cartões de fidelidade, call-center, web-sites, entre outros,

para que, em um momento posterior, os dados disponíveis em seus arquivos sejam

processados e analisados, servindo de instrumento para adequar os serviços ofertados de

forma individual.

O mesmo não pode ser verificado na maioria das empresas do setor hoteleiro, que não

conseguem acompanhar as mudanças gerenciais, continuam dependentes das operadoras de

turismo, seguindo os moldes de produção em massa, trabalhando com amostras de mercado

de clientes potenciais para determinar as necessidades do “cliente-médio”, ao invés de

trabalharem cada cliente por vez. Ratificando que seus sistemas de comunicação interna não

acompanharam o desenvolvimento tecnológico e continuam reagindo aos impulsos do

mercado.

A literatura sobre turismo relata que o segmento de turismo de eventos constitui, hoje,

uma estratégia para melhorar a taxa de ocupação de hotéis no período de baixa estação,

vislumbrando neutralizar os problemas da sazonalidade da localidade sede. Não obstante, essa

estratégia resolve parcialmente as ineficiências geradas por uma administração não

competitiva. Como, também, cria uma reputação favorável da cidade-sede, em virtude da

imagem positiva proporcionada pelos serviços ofertados pelo trade turístico.

O Primeiro Dimensionamento Econômico da Indústria de Eventos no Brasil

identificou que, em 2001, foram realizados 330 mil eventos envolvendo 70 milhões de

participantes, gerando aproximadamente 200 mil empregos diretos, 550 mil terceirizados e

2,2 milhões de empregos indiretos, dando origem a uma renda total de R$37 bilhões por ano,

o que representa 3,1% do PIB brasileiro, distribuídos aproximadamente 48% para Região

Sudeste, 25% para Região Sul, 16% para região Nordeste e 8% para Região Centro-Oeste e

3% para Região Norte, gerando R$4,2 bilhões em arrecadação de impostos (SEBRAE 2003).

Reuniões e convenções são os tipos de eventos que mais acontecem, correspondem

aproximadamente a 40% dos eventos ocorridos no Brasil. A procura pelos espaços para

eventos é maior no segundo semestre do ano, e nos dias úteis da semana. Para esse tipo de

evento e outros, o Brasil dispões de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) assentos em

hotéis, centros de convenções e outros espaços, cuja taxa média de ocupação fica em torno de

50% (SEBRAE, 2002, p.13).

Segundo as empresas organizadoras de eventos, as despesas com eventos estão

distribuídas da seguinte forma: 24,2% com locação de espaços, 15,7% com hospedagem/

alimentação, 15,3% com despesas administrativo-operacionais (SEBRAE, 2003).

Observa-se, diante dos fatos relatados, que o segmento de evento é responsável pelo

grande fluxo de turismo no Brasil. Levando as cidades, antes desconhecidas ao glamour,

como Carnatal, em Natal; Barretos, considerada Capital do Peão Boiadeiro; Paixão de Cristo,

em Nova Jerusalém; Campina Grande, a Capital do Forró no São João; a Festa do Boi Bumbá,

em Parentins, Amazonas, dentre tantas outras que dão identidade a seus destinos. Além de

alavancar os negócios das empresas patrocinadoras dos eventos, bem como, do trade turístico

mobilizado para realização do evento, permitindo, ainda, uma evolução cultural, científica e

tecnológica, através da socialização das informações.

2. Objetivo

Tendo como referência o quadro de realidade que se coloca hoje para o turismo de

evento, o presente trabalho tem como objetivo identificar as estratégias de marketing de

relacionamento utilizadas pela hotelaria na captação e realização de eventos.

 

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