A economia portuguesa, após ter registado um período de retoma económica durante o qual o PIB
real se expandiu a um ritmo apreciável (1,4% em 2006 e 1,9% em 2007), começou a denotar, em
2008, uma tendência de abrandamento, reflectindo a deterioração do enquadramento
macroeconómico desencadeada pela crise do sistema financeiro internacional. No entanto,
enquanto que, em 2006 e 2007, Portugal apresentou um significativo diferencial negativo de
crescimento face à média da área do euro, em 2008 esta diferença atenuou-se, fruto do
abrandamento generalizado daquelas economias.
Apesar do arrefecimento da economia portuguesa, durante a primeira metade de 2008, o mercado
de trabalho apresentou uma ligeira melhoria, denotando o habitual desfasamento face à actividade
económica. No 3º trimestre do ano, porém, o abrandamento da actividade económica induziu um
aumento da taxa de desemprego para 7,7%, mais 0,4 p.p. que no trimestre precedente.
Reflectindo, em parte, a subida persistente dos preços das matérias-primas nos mercados
internacionais, a inflação exibiu um aumento considerável face a 2007 e, no final do 3º trimestre,
cifrava-se em 3%. Esta evolução deverá, contudo, reverter-se ao longo de 2009, tendo em conta
que o abrandamento económico da generalidade das economias deverá induzir uma menor procura
de matérias-primas (com significativo efeito no preço do petróleo), bem como contribuir, através
do menor dinamismo no mercado de trabalho, para a moderação do crescimento dos salários.
Após um período de crescimento económico, compreendido entre a 2ª metade de 2006 e o final de
economias mundiais, sinais de abrandamento. De facto, ao longo dos três primeiros trimestres de
2008, o ritmo de crescimento real do PIB exibiu uma deterioração contínua, cifrando-se, em termos
médios, nos 0,7%, o que contrasta com o valor observado entre o 2º semestre de 2006 e o final de
2007 (1,8%).